domingo, 21 de junho de 2009

Brincadeiras da vida

Um grupo de crianças passeava pelo parque. Todas brincavam, felizes, sem se preocupar com a vida, sem se preocupar com a morte, sem se preocupar com o amanhã.
Quando eu as vi, fiquei a pensar. Lembrei-me de certo dia, quando eu tinha uns oito anos, que eu falei pra minha mãe:
_ Não vejo a hora de ser adulta, mãe!
E ela me respondeu:
_ Filha, não pense nisso. Viva essa sua infância tudo o que você puder. Brinque, ria, aproveite o Sol, porque isso vai passar, e você sentirá muita falta do seu passado.

Pois é, mãe é mãe, como ela tinha razão. Eu vendo aqueles meninos e meninas contentes, sem se preocupar com contas, com uma profissão, eles tinham todo o tempo do mundo para eles, não havia vingança, ódio, inveja... O máximo que eles podem fazer é gritar "Seu chato!", e isso não é o fim da vida para eles. Eles não precisam se preocupar com estudos, com carreiras, com futuros.

Já nós, adultos, não. Não tenho tempo pra mim, é só estudos, preocupações com dinheiro, pensar numa carreira. Meu maior medo é sonhar tanto, e realizar quase nada! Há quanto tempo eu não tenho três horas livres, para assistir um filme! Há quanto tempo eu não saio à noite, numa festa, só pra curtir, pra dançar, pra ouvir uma boa música. Tudo culpa da nossa forma de vida, não que seja errada, mas que nos torna injustos com nossas próprias vontades. Eu preciso estudar, passar no vestibular, há uma espectativa dos outros e minha sobre mim mesma. E o pior, vivemos na defensiva, sempre com "um pé atrás", acreditando que aquele está do seu lado só se faz seu amigo, mas ele na verdade quer seu mal. Qualquer palavra mal dita para nós é sinônimo de ofensas, desacatos.
Essas crianças ainda possuem a verdadeira liberdade. Nós adultos esperamos, algum dia voltar a tê-la.

Hoje, se eu pudesse, diria à minha mãe:
_ Mãe, quero voltar a ser criança!

Mas já é tarde demais.

Um comentário:

Saulo Mohana disse...

vi o seu blog nos links do Prof. Yeso. gostei daqui. parabéns. :D
acho que vou passar mais vezes :)